Aprender a amar as diferenças é o maior desafio do ser humano...
Não basta falar é preciso amar, superar barreiras, vencer obstáculos, desafiar as limitações ....
O ato de ensinar é por si próprio uma doação, estamos todos envolvidos, tanto quem está na condição de ensinante como quem está na de aprendiz... A vida é assim ora aprendemos, ora ensinamos, mas estamos sempre envolvidos no processo ensino - aprendizagem...
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Declaração de Salamanca
Todas as escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras. Devem incluir crianças com deficiência e superdotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações distantes ou nômades; crianças de minorias étnicas ou culturais e de outros grupos em desvantagem ou marginalizados.”
( Salamanca / 94 )
( Salamanca / 94 )
sábado, 13 de setembro de 2008
Deficiente ou especial?
Qual é a diferença entre ser deficiente e ser especial?
Deficiente, lembra sempre alguém com algum "problema".
Seja a falta dos membros, a falta da visão, a falta disso ou daquilo.
Ser deficiente é ser diferente apenas no aspecto físico? Seja dentro ou fora do corpo?
Sendo uma marca suficiente pela qual as pessoas sempre serão alvos de preconceito e discriminação.
Mas quando se fala em especial, se lembra das pessoas queridas, das pessoas que se gosta, daquelas que se ama, das que já se foram e se sente uma grande falta.
Porém, quantos de nós lembramos dos "deficientes" cujas lições de vida são especiais?
Deficiente, lembra sempre alguém com algum "problema".
Seja a falta dos membros, a falta da visão, a falta disso ou daquilo.
Ser deficiente é ser diferente apenas no aspecto físico? Seja dentro ou fora do corpo?
Sendo uma marca suficiente pela qual as pessoas sempre serão alvos de preconceito e discriminação.
Mas quando se fala em especial, se lembra das pessoas queridas, das pessoas que se gosta, daquelas que se ama, das que já se foram e se sente uma grande falta.
Porém, quantos de nós lembramos dos "deficientes" cujas lições de vida são especiais?
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Participação especial
Lembro que entrei na sala, alguns alunos já me conheciam do ano anterior, mas havia muitos rostos novos.
A apresentação do primeiro dia de aula implica nas regras básicas de convivência, nos tratados gerais para o bom andamento dos trabalhos, nas portas que se abrem e fecham para todas as demais situações.
E não tem como deixar de notar aquele corpo voltado para outra direção, diferenciando-se do restante da multidão.
Ao ser coagida a corrigir a postura, só movia o piscar dos olhos.
Num novo e mais severo destaque pela contrariedade, nada além do piscar.
Quando finalmente me aproximei repetindo que deveria virar as pernas e o corpo todo para onde fica o quadro, os alunos me repreendem dizendo: "Ela é surda, profe."
"Puxa. E porque ninguém me falou isso antes?" Perguntei a eles, perguntei a mim mesma e depois choraminguei com os colegas de trabalho.
Perguntei em sinais, se ela sabia falar em libras. Negativo.
Tão raro ter alunos surdos nas escolas, mais raro ainda, é o professor dominar a linguagem brasileira de sinais. Tinha feito um curso cerca de quatro a cinco anos antes. E sem a prática do dia-a-dia, muita coisa se esquece. Ainda assim, tentei timidamente uma comunicação, em vão.
Saí da sala frustrada, pois ela não entendeu absolutamente nada e ainda demonstrou com caretas que não gostou de mim. Não era da minha aula que ela não tinha gostado, era de mim.
Cheguei em casa e selecionei um material com textos e desenhos, relacionado com o tema da aula seguinte, olhava as respostas dos alunos no questionário do primeiro dia... e descobri que não sabia o que ia fazer em relação a ela.
Em uma aula ela estava tão ou mais frustrada do que eu, porque eu não entendi suas falas e ela não entendeu as minhas.
O que fazer?
Já que ela não sabia ler lábios, nem libras, sua comunicação era falha e incompleta, tanto na escrita quanto na oral... O que fazer? Como fazer? E mais, como fazer fazendo sentido?
Cada aula eu aprendia mais do que ensinava, muitas outras dificuldades foram encontradas, porém, sua participação para e na minha formação profissional continuada tem sido importante mesmo estando longe da sala de aula.
Talvez, todo professor passe por determinadas situações, que ao longo do tempo tornam-se motivo de risos, mas que na hora, a fúria lhe transborda a pele, explodindo aos cantos e tamancos.
Embora os nervos lhe aflorem a angústia, também lhe abrem a mente para novas possibilidades de ações e reações. E a busca por respostas passa a ser solução.
A apresentação do primeiro dia de aula implica nas regras básicas de convivência, nos tratados gerais para o bom andamento dos trabalhos, nas portas que se abrem e fecham para todas as demais situações.
E não tem como deixar de notar aquele corpo voltado para outra direção, diferenciando-se do restante da multidão.
Ao ser coagida a corrigir a postura, só movia o piscar dos olhos.
Num novo e mais severo destaque pela contrariedade, nada além do piscar.
Quando finalmente me aproximei repetindo que deveria virar as pernas e o corpo todo para onde fica o quadro, os alunos me repreendem dizendo: "Ela é surda, profe."
"Puxa. E porque ninguém me falou isso antes?" Perguntei a eles, perguntei a mim mesma e depois choraminguei com os colegas de trabalho.
Perguntei em sinais, se ela sabia falar em libras. Negativo.
Tão raro ter alunos surdos nas escolas, mais raro ainda, é o professor dominar a linguagem brasileira de sinais. Tinha feito um curso cerca de quatro a cinco anos antes. E sem a prática do dia-a-dia, muita coisa se esquece. Ainda assim, tentei timidamente uma comunicação, em vão.
Saí da sala frustrada, pois ela não entendeu absolutamente nada e ainda demonstrou com caretas que não gostou de mim. Não era da minha aula que ela não tinha gostado, era de mim.
Cheguei em casa e selecionei um material com textos e desenhos, relacionado com o tema da aula seguinte, olhava as respostas dos alunos no questionário do primeiro dia... e descobri que não sabia o que ia fazer em relação a ela.
Em uma aula ela estava tão ou mais frustrada do que eu, porque eu não entendi suas falas e ela não entendeu as minhas.
O que fazer?
Já que ela não sabia ler lábios, nem libras, sua comunicação era falha e incompleta, tanto na escrita quanto na oral... O que fazer? Como fazer? E mais, como fazer fazendo sentido?
Cada aula eu aprendia mais do que ensinava, muitas outras dificuldades foram encontradas, porém, sua participação para e na minha formação profissional continuada tem sido importante mesmo estando longe da sala de aula.
Talvez, todo professor passe por determinadas situações, que ao longo do tempo tornam-se motivo de risos, mas que na hora, a fúria lhe transborda a pele, explodindo aos cantos e tamancos.
Embora os nervos lhe aflorem a angústia, também lhe abrem a mente para novas possibilidades de ações e reações. E a busca por respostas passa a ser solução.
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